Adeus, Ozzy — Nosso Encanto se despede do Príncipe das Trevas
julho 22, 2025Nas sombras sagradas do rock, onde o som rasga a carne e liberta a alma, ergue-se uma figura quase mítica. Os olhos vítreos, o crucifixo pendendo no peito como quem desafia o céu, e a voz rouca que não canta: invoca. Ozzy Osbourne não é apenas um nome, é uma presença. Um presságio. Um trovão que jamais se cala.
John Michael Osbourne nasceu em Birmingham, na Inglaterra cinzenta dos anos 1940. A cidade, conhecida pelo aço e pela fuligem, moldou os contornos de um garoto estranho, que ouvia vozes onde outros só ouviam silêncio. Disléxico, atormentado, apaixonado pelos Beatles e pelos excessos, era como se desde cedo ele soubesse que o mundo não o suportaria em tons baixos.
Foi com o Black Sabbath, em 1969, que Ozzy fundou o templo sombrio do heavy metal. Seu canto ecoava como um ritual, suas letras, um desabafo do submundo. Demônios, guerra, loucura, religião, nada era tabu. Ozzy não criava apenas música, ele exorcizava uma geração inteira.
Mas nem mesmo as lendas caminham sem tropeçar. Entre overdoses e escândalos, morcegos decapitados, prisões, demissões e uma vida íntima devastada por vícios, Ozzy oscilou entre o abismo e a redenção. Ainda assim, sobreviveu talvez por teimosia, talvez por milagre.
🖤 “Eu sou o Príncipe das Trevas”, dizia, com uma ironia que escondia a dor de quem sempre buscou mais amor do que aplauso.
Ozzy Osbourne é uma alma indomável frágil e furiosa, doce e descontrolada. Um homem que transformou caos em arte, medo em hino, dor em espetáculo
Dicas de livros biográficos imperdíveis:
Eu Sou Ozzy – Ozzy Osbourne & Chris Ayres
Uma autobiografia hilária, honesta e brutal. Ozzy abre seu coração e sua mente insana com um humor sombrio que só ele poderia ter.
Autores: Ozzy Osbourne & Chris Ayres Editora: Leia | Páginas: 512
Trust Me, I'm Dr. Ozzy
Um livro de conselhos médicos absurdamente cômicos, baseados em sua própria sobrevivência caótica. Surreal, mas real.
Sinopse:
Sinopse:
Aqui no Nosso Encanto, onde celebramos a força das histórias e a magia dos artistas, rendemos nossa mais profunda homenagem a esse ícone que desafiou o impossível. Ozzy não foi apenas um cantor, ele foi uma entidade viva, uma lenda que sussurrava com os demônios e cantava para os perdidos.
Ozzy nos ensinou que até os mais sombrios podem ser luz. Que sobrevivência é arte. E que viver intensamente é uma forma de eternidade.
Descanse em ruído, Príncipe das Trevas. A eternidade é tua turnê final.
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