ARTIGO | Como o Halloween inspirou os clássicos góticos da literatura
outubro 31, 2025Quando outubro chega, as noites parecem mais longas, o vento mais frio e o ar, de repente, ganha um toque de mistério. É o mês em que o medo e o fascínio se misturam e nada representa melhor essa dualidade do que o Halloween.
Mas muito antes das fantasias e das abóboras iluminadas, o espírito dessa celebração já habitava as páginas de grandes histórias sombrias. Foi dessa atmosfera que nasceu a essência dos clássicos góticos da literatura, onde o medo, o amor e o sobrenatural dançam sob a mesma lua.
O nascimento do medo literário
O gênero gótico surgiu no século XVIII, quando o mundo começava a se encantar com o obscuro. Em uma época de revoluções e descobertas, o ser humano passou a se questionar sobre o que existe além da razão e o medo se tornou uma forma de arte.
O Halloween, com suas lendas sobre espíritos que cruzam o véu entre vivos e mortos, compartilha desse mesmo fascínio. Ambos nasceram do desejo de compreender o inexplicável, de transformar o medo em algo que pudesse ser sentido e, de certa forma, apreciado.
Foi em O Castelo de Otranto (1764), de Horace Walpole, que o primeiro grito gótico ecoou. Mas foi Mary Shelley, com Frankenstein, quem deu forma ao horror filosófico. Depois vieram Bram Stoker, as irmãs Brontë, Oscar Wilde e tantos outros autores que transformaram a escuridão em literatura eterna.
A influência do Halloween nos clássicos góticos
A influência se revela em quatro pilares que unem o Halloween ao gótico:
A atmosfera sombria castelos isolados, cemitérios e ruínas sob a luz da lua.O confronto entre vida e morte a linha tênue explorada em Frankenstein e Drácula.
A presença do sobrenatural fantasmas, monstros e aparições como reflexos de nossas próprias sombras.
Esses temas transformaram o medo em poesia e o horror em beleza. Ler um clássico gótico é como acender uma vela em meio à escuridão assustador e hipnotizante ao mesmo tempo.

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